Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, em São Paulo-SP. Ainda criança, aos quatro anos de idade, ganhou seu primeiro kart. A paixão pelo automobilismo marcaria toda a sua vida. Em 1967, com apenas sete anos, fez suas primeiras corridas no Autódromo de Interlagos. Correndo de kart, conquistou seus primeiros títulos: campeão brasileiro e sul-americano em 1977, 1978 e 1980; e vice-campeão mundial em 1979 e 1980.
Carlos Evando dos Santos
01 Mai 2014
Fórmula Ford
Em 1981, Ayrton Senna entrou
para a Fórmula Ford e foi campeão, vencendo doze das vinte corridas da competição.
Fórmula 2000
Em 1982, ingressou na Fórmula
2000 e foi campeão inglês e europeu, tendo ganhado vinte e duas das vinte e sete corridas.
Fórmula 3
Em 1983, migrou para a Fórmula
3 e também foi campeão (treze vitórias em vinte e uma corridas, sendo nove consecutivas).
Naquele ano, por sua espetacular atuação, o famoso Circuito de Silverstone, na
Inglaterra, foi apelidado pela imprensa europeia de Silvastone, em
referência ao sobrenome de Ayrton.
Fórmula 1: o grande sonho de sua vida
No fim de 1983, Ayrton Senna
negociou com as equipes McLaren, Williams, Brabham e Toleman, tendo assinado
contrato com a Toleman. Nessa pequena escuderia, estreou na Fórmula 1 (F1) no
Grande Prêmio (GP) do Brasil de 1984, no Circuito de Jacarepaguá, no Rio de
Janeiro. Em sua 2ª corrida, em Kyalami, na África do Sul, conquistou seu
primeiro ponto oficial. Subiu ao pódio, pela primeira vez, no GP da Inglaterra.
Mas foi no GP de Mônaco de 1984, numa corrida inesquecível, que Ayrton Senna
demonstrou para o mundo que possuía um talento muito especial. Com a Toleman nº
18, sob intensa chuva, ultrapassou Niki Lauda na volta 19 e, muito
provavelmente, teria ultrapassado o líder Alain Prost e vencido a prova, caso o
GP não tivesse sido interrompido por “questões de segurança”.
Em 1985, assinou contrato com
a Lotus, escuderia pela qual correria até 1987, participando de quarenta e oito GP
(venceu seis deles). A primeira pole position e a primeira vitória na
Fórmula 1 vieram no dia 21 de abril de 1985, no Circuito do Estoril, no GP de
Portugal, correndo com a histórica Lotus preta. Senna terminou a
Temporada de 1985 num prodigioso 4º lugar no Campeonato Mundial de Pilotos, com
38 pontos e seis pódios (duas vitórias, dois segundos e dois terceiros lugares), além de sete pole positions.
Para 1988, Ayrton Senna assinou
contrato com a McLaren, tendo como companheiro de equipe, o francês Alain
Prost, que viria a ser seu maior rival na Fórmula 1. Naquele ano, venceu oito corridas na mesma temporada, um recorde para a época, e sagrou-se campeão mundial de Fórmula 1, em Suzuka, no Japão, com uma etapa de antecipação. Aquele
GP do Japão foi memorável. Senna teve problemas na largada e caiu para a 16ª
colocação. Numa corrida de recuperação fantástica, alcançou o líder da prova
Alain Prost, fez a ultrapassagem e venceu o GP, conquistando o Campeonato de
Pilotos.
No Campeonato de 1989, a
disputa com o rival Alain Prost tornou-se ainda mais acirrada. Como no ano
anterior, os dois pilotos da McLaren disputaram a temporada ponto a ponto. A
decisão ficou novamente para Suzuka, no Japão. A vantagem era de Prost. Senna
tinha que vencer para poder adiar a decisão do título para a Austrália, a
próxima e última etapa de 1989. Ayrton venceu na pista, mas foi desclassificado
pelos cartolas da Fórmula 1, capitaneados por Jean-Marie Balestre. Alain Prost
sagrou-se Campeão de 1989. Foi um duro golpe para Senna ter que aceitar o vice-campeonato mundial, no episódio que ele chamou de "jogo político" que
favoreceu Prost. Jean-Marie Balestre, antes de morrer, chegou a admitir o
favorecimento.
Em 1990, Ayrton Senna correu
pela McLaren e Prost pela Ferrari. O campeonato, novamente, foi disputado pelos
dois rivais. Uma vez mais, o tradicional Circuito de Suzuka, no Japão, foi o
palco da decisão do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Após a largada, Senna e
Prost bateram e acabaram abandonando a prova. Dessa vez, a vantagem pertencia a
Senna, que sagrou-se bicampeão mundial de Fórmula 1.
Em 1991, ocorreu a conquista
do tão sonhado tricampeonato, tendo sido o piloto mais jovem a conquistar essa
distinção, até ser superado por Sebastian Vettel em 2012. Correndo pela
McLaren, Ayrton Senna conquistou o título novamente na "Casa da
Honda".
Em 1992, a Williams tornou-se
um carro imbatível nas pistas. Naquele ano, Nigel Mansell sagrou-se campeão mundial. Senna terminou apenas em quarto lugar.
Em 1993, apesar da imensa
superioridade das Williams, Ayrton Senna conseguiu terminar
a temporada como vice-campeão mundial, tendo vencido cinco GP (Brasil,
Europa, Mônaco, Japão e Austrália). As vitórias de Senna em Interlagos no
Brasil e em Donington Park na Europa foram memoráveis. Alain Prost conquistou o tetracampeonato e aposentou-se da F1.
Em 1994, Ayrton Senna foi
contratado pela escuderia Williams. Entretanto, a equipe já não era mais a
mesma de 1992 e 1993. Uma série de modificações havia sido imposta pela
Federação Internacional do Automobilismo (FIA), sendo uma delas a retirada da
suspensão ativa, o que tornou as Williams bastante instáveis. Na primeira
corrida do ano, em Interlagos, no Brasil, quando a torcida dava como certa uma
nova vitória do seu grande ídolo em casa, Senna rodou em uma curva e abandonou a
prova.
No dia 1º de maio de 1994,
ocorreu o GP de Ímola, em San Marino, na Itália. O final de semana foi trágico
para a F1. Na sexta, 29 de abril, Rubens Barrichello sofreu um grave acidente
durante os treinos. No sábado, 30 de abril, um acidente fatal para o piloto
austríaco Roland Ratzenberger. No domingo, foi a vez de Ayrton Senna. O
piloto chocou-se violentamente contra o muro de concreto na curva Tamburello do circuito de Ímola e não resistiu aos ferimentos provocados pelo choque.
A morte de Senna provocou
grande comoção em todo o mundo, especialmente no Brasil. O piloto, tido como
herói nacional, foi enterrado com honras de Chefe de Estado. Milhões de pessoas
e personalidades do mundo inteiro estiveram em São Paulo para despedir-se de
Ayrton Senna da Silva.
No final de 2009, a revista
inglesa Autosport realizou uma eleição, tendo como eleitores 217
pilotos e ex-pilotos de Fórmula 1, com a finalidade de eleger o maior piloto de
todos os tempos da principal categoria do automobilismo mundial. Ayrton Senna
do Brasil foi o piloto escolhido.
Ayrton Senna tornou-se um incontestável ídolo para os brasileiros que o assistiram vencer 41
vezes nas inesquecíveis manhãs de domingo das décadas de 1980 e de 1990. Era
uma Fórmula 1 verdadeiramente competitiva. A habilidade do piloto era tão ou
mais importante que a tecnologia agregada aos carros. Ayrton encarnava arrojo,
determinação, profissionalismo e muita coragem ao volante. Para ele, só a
vitória interessava. Quando ela vinha, Senna fazia questão de mostrar ao
mundo que era brasileiro. Imortalizou-se por sua atitude de sempre carregar,
após a chegada, uma bandeira do Brasil. Ayrton era o Brasil que dava certo,
numa época em que o país passava por graves problemas políticos, econômicos e
sociais.
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