segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A Engenharia Militar Brasileira

Carlos Evando dos Santos
10 Abr 2014

As origens da Engenharia Militar Brasileira remontam ao Período Colonial (1500-1822) de nossa História, quando as necessidades impostas pela defesa do território conduziram à construção de fortes e fortalezas que, ainda hoje, estão fincados estrategicamente no território nacional.
Do Real Corpo de Engenheiros, que aportou em solo brasileiro junto com a Família Real no início do Século XIX, surgiu, em 1855, o Batalhão de Engenheiros, primeira Unidade de Engenharia do Exército Brasileiro.
O Batalhão de Engenheiros consagrou-se na Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), protagonizando uma das mais belas páginas da História Militar Brasileira, na epopeia da Conquista da Ilha da Redenção, feito que marcou a retomada da Ofensiva das Forças Aliadas (Brasil, Argentina e Uruguai) contra as tropas de Solano López (Paraguai).
O Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, naquele histórico 10 de abril de 1866, tombou em combate, enquanto redigia a parte heroica da vitória, alvejado pela artilharia paraguaia que, curiosamente, ele mesmo havia instruído.
Desde suas origens, a Arma do Castelo Lendário tem realizado feitos inéditos e grandiosos que contribuem para projetar o nome do Exército do Brasil nos cenários interno e externo, consagrando o lema do “braço forte" defendendo a Pátria e da "mão amiga" protegendo e ajudando a nação. 
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Engenharia foi a primeira tropa da Força Expedicionária Brasileira (FEB) a travar contato com o inimigo, deixando marcas de sua atuação no apoio ao movimento e na organização do terreno.
Nas Missões Humanitárias da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Junta Interamericana de Defesa (JID), a Engenharia participou dos esforços de desminagem humanitária, com o envio de monitores, nas Missões de Assistência à Remoção de Minas nas Américas do Sul (Equador e Peru) e Central (Costa Rica, Honduras, Guatemala e Nicarágua), contribuindo dessa forma, para livrar o mundo da ação devastadora das minas terrestres. Na atualidade, contribui com o Grupo de Monitores Interamericanos para a desmontagem do território colombiano.
Em Angola, de 1995 a 1997, e no Haiti, de 2005 a 2017, a Companhia de Engenharia de Força de Paz da ONU (BRAENGCOY) se fez representar junto ao Contingente Brasileiro (COBRAS), perenizando o seu trabalho, marcando corações e mentes das populações assistidas nesses países.
Nas ações cívico-sociais, de ajuda humanitária e de apoio à defesa civil nos rincões mais remotos deste País Continente, a Engenharia estende a mão amiga do Exército ao povo brasileiro nos lamentáveis episódios de calamidades públicas e de emergência que recorrentemente temos assistido nos dias atuais.
Como parte de uma estratégica política do Estado Brasileiro, o Exército, por meio de sua Engenharia, participa destacadamente de inúmeras missões operacionais voltadas para o desenvolvimento nacional, realizando obras rodoviárias, ferroviárias, aeroviárias e hidroviárias, nas quais as tropas são arduamente adestradas, ratificando o espírito inovador e empreendedor do engenheiro militar.
Evocar a memória dos que nos antecederam, destacando a coragem, estoicismo, abnegação, espírito pioneiro e, sobretudo, amor à Pátria, nos enche de orgulho e nos inspira para que continuemos na busca incansável de um futuro promissor e cada vez mais glorioso para a Engenharia, para o Exército e para o Brasil. 
Parafraseando o General de Exército Rodrigo Octávio Jordão Ramos, destacado chefe e líder militar, é certo que “as gerações vindouras hão de nos lembrar e agradecer, comovidas, os frutos sazonados que colherão da semente regada pelo nosso suor, adubada pelo sacrifício do nosso viver e pelas agruras de nossas famílias”.

Ao braço, firme!

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