Carlos
Evando dos Santos
10 Abr 2014
As origens da Engenharia Militar Brasileira remontam ao
Período Colonial (1500-1822) de nossa História, quando as necessidades impostas
pela defesa do território conduziram à construção
de fortes e fortalezas que, ainda hoje, estão fincados estrategicamente no
território nacional.
Do Real Corpo de
Engenheiros, que aportou em solo brasileiro junto com a Família Real no
início do Século XIX, surgiu, em 1855, o Batalhão
de Engenheiros, primeira Unidade de Engenharia do Exército Brasileiro.
O Batalhão de Engenheiros consagrou-se na Guerra da Tríplice
Aliança (1864-1870), protagonizando uma das mais belas páginas da História
Militar Brasileira, na epopeia da Conquista
da Ilha da Redenção, feito que marcou a retomada da Ofensiva das Forças Aliadas
(Brasil, Argentina e Uruguai) contra as tropas de Solano López (Paraguai).
O Tenente-Coronel João
Carlos de Villagran Cabrita, naquele histórico 10 de abril de 1866, tombou
em combate, enquanto redigia a parte heroica da vitória, alvejado pela
artilharia paraguaia que, curiosamente, ele mesmo havia instruído.
Desde suas origens, a Arma do Castelo Lendário tem realizado
feitos inéditos e grandiosos que contribuem para projetar o nome
do Exército do Brasil nos cenários interno e externo, consagrando
o lema do “braço forte" defendendo a Pátria e da "mão amiga"
protegendo e ajudando a nação.
Na Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), a Engenharia foi a primeira tropa da Força Expedicionária Brasileira (FEB) a
travar contato com o inimigo, deixando marcas de sua atuação no apoio ao
movimento e na organização do terreno.
Nas Missões
Humanitárias da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Junta
Interamericana de Defesa (JID), a Engenharia participou dos esforços de desminagem humanitária, com o envio de monitores, nas Missões de Assistência à Remoção de Minas nas Américas
do Sul (Equador e Peru) e Central (Costa Rica, Honduras, Guatemala e
Nicarágua), contribuindo dessa forma, para livrar o mundo da ação devastadora
das minas terrestres. Na atualidade, contribui com o Grupo de Monitores Interamericanos para a desmontagem do território colombiano.
Em Angola, de 1995 a 1997, e no Haiti, de 2005 a 2017, a Companhia de Engenharia de Força de Paz
da ONU (BRAENGCOY) se fez representar junto ao Contingente Brasileiro (COBRAS), perenizando o seu trabalho,
marcando corações e mentes das populações assistidas nesses países.
Nas ações
cívico-sociais, de ajuda humanitária
e de apoio à defesa civil nos
rincões mais remotos deste País Continente, a Engenharia estende a mão amiga do
Exército ao povo brasileiro nos lamentáveis episódios de calamidades públicas e de emergência que recorrentemente temos assistido nos dias atuais.
Como parte de uma estratégica política do Estado Brasileiro,
o Exército, por meio de sua Engenharia, participa destacadamente de
inúmeras missões operacionais voltadas para o desenvolvimento nacional, realizando obras rodoviárias, ferroviárias, aeroviárias e hidroviárias, nas
quais as tropas são arduamente adestradas, ratificando o espírito inovador e
empreendedor do engenheiro militar.
Evocar a memória dos que nos antecederam, destacando
a coragem, estoicismo, abnegação, espírito pioneiro e, sobretudo, amor à
Pátria, nos enche de orgulho e nos inspira para que continuemos na busca
incansável de um futuro promissor e cada vez mais glorioso para a Engenharia, para o Exército e para o Brasil.
Parafraseando o General de Exército Rodrigo Octávio Jordão
Ramos, destacado chefe e líder militar, é certo que “as gerações vindouras hão de nos lembrar e agradecer, comovidas, os
frutos sazonados que colherão da semente regada pelo nosso suor, adubada pelo
sacrifício do nosso viver e pelas agruras de nossas famílias”.
Ao braço, firme!
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