Uma história sobre a
essência da liderança
James C. Hunter
Sinopse elaborada por
Carlos Evando dos Santos
16 Jul 2013
O Monge e o Executivo, de James C.
Hunter, relata a história de John Dailey no final dos anos 1990. John Dailey era gerente geral de uma fábrica com
mais de US$ 100 milhões de vendas anuais. Era o mais jovem gerente geral da
companhia até então. Casado com Rachel há mais de dezoito anos, dividia com ela a angústia de não ter filos por questão de infertilidade. O casal, então,
adotou um menino a quem foi dado o nome de John Jr. Mas, inesperadamente,
Rachel ficou grávida e deu à luz a uma menina, a quem foi dado o nome de Sara. Tudo
parecia muito bem na vida de John: apartamento, casa, dois carros na garagem,
duas férias por ano e uma poupança invejável. Entretanto, as coisas não são
exatamente como parecem ser. Insatisfação da mulher, problemas com os filhos,
problemas no trabalho e problemas no time de beisebol que
treinava levaram John a um clima pessoal de tumulto e conflito. Numa conversa
com o pastor da sua igreja (por opinião de Rachel), foi sugerido a John que ele
participasse de um retiro em um mosteiro à beira do lago Michigan, onde estava
o frade Leonard Hoffmann, um ex-executivo de uma das maiores empresas dos
Estados Unidos.
A narrativa de O Monge e o Executivo envolve
os seguintes personagens: Leonard Hoffmann (instrutor, o monge); John Dailey (quem narra a história, o executivo), Lee (pastor com quem John divide o
quarto); Greg (sargento do Exército,
vaidoso e arrogante); Teresa (diretora de uma escola pública); Chris (treinadora de um time de basquete);
e Kim (enfermeira-chefe
de um hospital).
Das primeiras discussões, restou uma grande
pergunta/dúvida: quem é líder? Por que ser líder? As respostas:
os pais (pai e mãe), professores (as), treinadores (as),
esposos (as) e quaisquer outras pessoas que assim o desejarem. A escolha pela
liderança é voluntária. Ninguém
é obrigado a ser líder. É uma escolha! Devemos refletir sobre o impacto que
causamos na vida das pessoas. Precisamos de líderes! Precisamos ser líderes!
Alguns dos maiores líderes da História são
mencionados: Jesus Cristo (Ele
ensinou que para liderar é preciso servir; Ele é capaz de influenciar pessoas
até os dias atuais; o seu nascimento é o marco divisório da contagem do tempo;
o seu nascimento e morte na cruz são referências mundiais; Ele nunca usou o
poder, nunca coagiu ninguém a segui-lo; Ele arrastou multidões por causa do seu
sacrifício, da sua servidão, do seu amor ao próximo); Gandhi (foi um dos idealizadores e
fundadores do moderno Estado Indiano e influente defensor do Satyagraha, o princípio da não-agressão,
a forma não-violenta de protesto como um meio de revolução; lutou pela
independência da Índia do domínio inglês sem jamais recorrer à violencia; pregou
o sacrifício em prol da causa da liberdade; foi reconhecido mundialmente por
seus ideais, até mesmo pela Inglaterra); Martin Luther King (foi um dos mais
importantes líderes do ativismo pelos direitos civis para negros e mulheres nos
Estados Unidos e no mundo, por meio de uma campanha de não-violência e de amor
ao próximo; por sua luta sem violência, foi a pessoa mais jovem a receber o
Prêmio Nobel da Paz – 1964); e Madre Teresa de Calcutá (foi uma missionária católica
albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana, beatificada
pela Igreja Católica em 2003; considerada a missionária do Século XX, fundou a
congregação Missionárias da Caridade, tornando-se conhecida ainda em vida pelo
cognome de Santa das Sarjetas;
o reconhecimento
pelo seu trabalho veio em 1973 com o Templeton Prize e
em 1979 com o Prêmio Nobel da Paz).
No prosseguimento, buscou-se definições
para a liderança. Chegou-se a algumas conclusões. Liderar é exercer influência
sobre os outros. Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem
entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o
bem comum. Liderança é uma habilidade, é uma capacidade adquirida. Para
adquirir, basta praticar ações adequadas. Para liderar é preciso doação pessoal
(é o grande esforço necessário).
Discutiu-se, a posteriori, a questão do poder
e da autoridade. Sobre o poder: é
a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua
posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. O poder pode ser vendido
e comprado, dado e tomado. O poder corrói os
relacionamentos. Há vezes em que se deve exercer o poder, há ocasiões em que
precisamos de poder, normalmente quando a nossa autoridade for quebrada. Sobre
a autoridade: é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que
você quer por causa de sua influência pessoal. A autoridade não pode ser
comprada nem vendida, nem dada ou tomada. A autoridade diz respeito a quem você
é como pessoa, a seu caráter e à influência que estabelece sobre as pessoas.
Para definir o caráter, citou-se
qualidades que devem conformá-lo: honestidade;
confiabilidade; dar bom exemplo; ser cuidadoso; ter compromisso; ser bom
ouvinte; ser capaz de conquistar a confiança das pessoas; tratar as pessoas com
respeito; encorajar as pessoas; ter atitude positiva e entusiástica; gostar das
pessoas. No final dessa discussão, perguntou-se: quais são aquelas com
que nós nascemos? Nenhuma delas?!
A respeito das tarefas e dos relacionamentos,
foi debatida a questão da importância
dos relacionamentos durante a execução de tarefas. A chave da liderança é essa:
enquanto se executam as tarefas, se
constroem os relacionamentos. Tudo na vida gira em torno dos
relacionamentos! Um bom líder tem que ser capaz de construir relacionamentos saudáveis. Qual o
ingrediente mais importante em um relacionamento bem sucedido? Certamente, a
confiança! A confiança é a cola que
gruda os relacionamentos. É preciso lembrar que a confiança pode ser construída
ao longo de muitos anos, mas pode ser perdida em um instante por uma simples
indiscrição.
Sobre as necessidades e as vontades,
os personagens discutem a diferença
entre satisfazer necessidades e satisfazer vontades. As pessoas têm necessidade
de receber estímulo para se tornarem melhor. A necessidade é uma legítima
exigência física ou psicológica para o bem-estar do ser humano. A vontade é o anseio
que não considera consequências físicas/psíquicas daquilo que se deseja. Pessoas
diferentes têm necessidades diferentes e, por isso, o líder precisa ser
flexível. As
necessidades humanas seguem uma escala hierárquica: 1) auto-realização; 2) auto-estima; 3) pertencimento e amor; 4) segurança e
proteção; e 5) comida, água e moradia. O líder deve incentivar e dar condições
para que as pessoas se tornem melhores. Auto-realizar-se
é tornar-se o melhor que você pode ser ou é capaz de ser.
A respeito dos paradigmas. Paradigmas são padrões ou
modelos psicológicos que usamos para navegar na vida. Agarrar-se a paradigmas
ultrapassados pode nos deixar paralisados. O mundo exterior entra em nossa
consciência através dos filtros de nossos paradigmas. As pessoas têm muita dificuldade
em mudar! A mudança desinstala, tira da zona de conforto e força a fazer coisas
de modo diferente. Quando ideias são desafiadas, força-se
a repensar posições. Fazer coisas diferentes e repensar posições é sempre
desconfortável. Eis a hierarquia do velho
estilo piramidal de administração: 1) presidente; 2) vice-presidentes; 3)
Gerentes intermediários; 4) Supervisores; e 5) empregados (associados). E eis a
nova hierarquia em grau de importância de acordo com o novo estilo piramidal de
administração: 1) empregados (associados); 2) supervisores; 3) gerentes
intermediários; 4) vice-presidentes; e 5) presidente. Servir ao cliente é o
foco principal. O líder identifica e satisfaz as necessidades legítimas dos
seus liderados, removendo todas as barreiras para que possam servir ao cliente.
Sobre o amor agapé, essencial à
liderança: mostrar autocontrole em face da adversidade;
dar atenção, apreciação, incentivo; ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou
arrogância; tratar os outros como pessoas importantes; satisfazer as
necessidades dos outros; desistir de ressentimento quando prejudicado; ser
livre de engano; e ater-se às suas escolhas.
Em resumo, o modelo que o líder
deverá priorizar tem que contemplar: liderança, autoridade,
serviço, sacrifício, amor e vontade.
Os principais ensinamentos da obra literária, entre outros, são:
Quando John Dailey conheceu Len Hoffmann, este estava consertando o vaso
sanitário dele (John), ou seja, estava servindo. O líder tem que servir!
Durante a apresentação dos participantes do retiro, John Dailey não
ouviu o que Kim falou porque estava ocupado demais pensando no que ia falar
sobre ele mesmo. Len Hoffmann então pediu para John resumir o que Kim havia
dito (o monge havia percebido que John não estava prestando atenção). O fato
levou John a um pedido de desculpas. É preciso saber ouvir ativamente! “Ouvir é
uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para
desenvolver”.
Qual a diferença entre gerenciar e liderar? Gerenciar é para coisas,
liderar é para pessoas!
É preciso criar um ambiente seguro no qual as pessoas possam cometer
erros sem terem medo de ser advertidas de forma grosseira.
Deve-se apontar as deficiências sem ferir a dignidade dos outros.
Elogie sendo sincero e específico, pois o
elogio é uma legítima necessidade humana, essencial nos relacionamentos
saudáveis.
Esteja atento ao perdão, pois os ressentimentos destroem a personalidade
humana!
Deposite pontos positivos na sua conta de líder sendo confiável,
honesto, dando às pessoas consideração e reconhecimento, mantendo sua palavra,
sendo bom ouvinte, não falando dos outros pelas costas, usando cortesias como
olá, por favor, obrigado, desculpe etc.
“Não há grupos/pelotões fracos, mas sim líderes
fracos”.
Por fim: procure ser líder do grupo que comanda ou chefia; ouça e dê exemplo de “como ser” e “como fazer”; seja autêntico; conduza o seu grupo para o sucesso.
Referência:
Hunter, James C. O monge e o executivo. Uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
Por fim: procure ser líder do grupo que comanda ou chefia; ouça e dê exemplo de “como ser” e “como fazer”; seja autêntico; conduza o seu grupo para o sucesso.
Referência:
Hunter, James C. O monge e o executivo. Uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
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