domingo, 27 de maio de 2018

O Sermão da Montanha

Jesus Cristo, segundo o Evangelho de Mateus

Mateus 5
1 Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, 
2 E ele começou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus.
4 Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.
5 Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.
8 Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus.
11 Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.
12 Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.
13 Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.
14 Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.
15 E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.
16 Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.
17 Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.
18 Digo a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra.
19 Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos Céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus.
20 Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos Céus.
21 Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não matarás', e 'quem matar estará sujeito a julgamento'.
22 Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno.
23 Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você,
24 Deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.
25 Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão.
26 Eu garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo.
27 Vocês ouviram o que foi dito: 'Não adulterarás'.
28 Mas eu digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
29 Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno.
30 E, se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno.
31 Foi dito: 'Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio'.
32 Mas eu digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério.
33 Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor'.
34 Mas eu digo: Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus;
35 Nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
36 E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo.
37 Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não'; o que passar disso vem do Maligno.
38 Vocês ouviram o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente'.
39 Mas eu digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.
40 E, se alguém quiser processá-lo e tirar de você a túnica, deixe que leve também a capa.
41 Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.
42 Dê a quem pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir algo emprestado.
43 Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'.
44 Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,
45 Para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
46 Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso!
47 E, se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!
48 Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.

Mateus 6
1 Tenham o cuidado de não praticar suas 'obras de justiça' diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.
2 Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu garanto que eles já receberam sua plena recompensa.
3 Mas, quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita,
4 De forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará.
5 E, quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu asseguro que eles já receberam sua plena recompensa.
6 Mas, quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará.
7 E, quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.
8 Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem.
9 Orem assim: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.
10 Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
11 Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.
12 Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
14 Pois, se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também perdoará vocês.
15 Mas, se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não perdoará as ofensas de vocês.
16 Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os outros vejam que eles estão jejuando. Eu digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa.
17 Ao jejuar, arrume o cabelo e lave o rosto,
18 Para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê em secreto. E seu Pai, que vê em secreto, o recompensará.
19 Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam.
20 Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.
21 Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.
22 Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz.
23 Mas, se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!
24 Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro.
25 Portanto eu digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?
26 Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?
27 Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?
28 Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.
29 Contudo, eu digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.
30 Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?
31 Portanto, não se preocupem, dizendo: 'Que vamos comer?' ou 'Que vamos beber?' ou 'Que vamos vestir?'
32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.
33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.
34 Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.

Mateus 7
Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. 
Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? 
Como você pode dizer ao seu irmão: 'Deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando há uma viga no seu? 
Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão. 
Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão. 
Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta.
Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.
9 Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
10 Ou, se pedir peixe, lhe dará uma cobra?
11 Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! 
12 Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês; pois esta é a Lei e os Profetas. 
13 Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. 
14 Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram. 
15 Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
16 Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? 
17 Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. 
18 A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. 
19 Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo.
20 Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!
21 Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
22 Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?' 
23 Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal! 
24 Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um "homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. 
25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram "contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
26 Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 
27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda. 
28 Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, 
29 Porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei. 


segunda-feira, 23 de abril de 2018

Nossa Senhora Aparecida

A santinha que venceu o ódio, a raiva, a corrupção e as vaidades, superou outros obstáculos e conquistou a fé da maior nação católica do mundo.


Carlos Evando dos Santos
23 Abr 2018


A História (com h maiúsculo, pela sua grandiosidade) da Imagem de Nossa Senhora da Conceição "Aparecida", a santinha que venceu o ódio, a raiva, a corrupção e as vaidades, superou outros obstáculos e conquistou a fé da maior nação católica do mundo, começou há mais de 300 anos.

Com 36 cm, escurecida (muito provavelmente pela fumaça das velas dos fiéis e pelo lodo dos muitos anos que passou no fundo do rio Paraíba do Sul) e com a cabeça separada do corpo, a imagem de Nossa Senhora da Conceição apareceu nas redes dos pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, em 1717. 

Embora tenha sido João Alves quem a tenha "pescado" (primeiro a santinha e depois sua cabeça), não se sabe por que ele não quis ficar com ela, talvez pela superstição segundo a qual "santo quebrado traz mau agouro".

Felipe Pedroso foi quem a levou para casa, colou pela primeira vez a cabeça ao corpo e zelou pela imagem por quinze anos (1717-1732).

Pelos milagres que realizou, a santinha foi se tornando conhecida na pequena Vila de Guaratinguetá e em seus arredores. 

Já popular e com grande número de fiéis, saiu da casa de Felipe em 1732 e foi para um primeiro santuário erigido para ela por Atanásio Pedroso (filho de Felipe), onde permaneceu até 1745. Na pequena capela à beira da estrada a imagem de Nossa Senhora ganhou o "apelido" de Aparecida, pelo qual ficaria famosa e conquistaria o Brasil.

Em 26 de julho de 1745, Nossa Senhora Aparecida, pela iniciativa e ação direta do Padre José Alves Vilella, ganhou uma nova capela, no Morro dos Coqueiros.

Em 1888, Aparecida ganhou dois significativos presentes. O primeiro, uma nova igreja, agora à altura da devoção que o povo já mantinha por ela. A "Basílica Velha" foi construída por um longo período com o empenho pessoal do cônego Joaquim do Monte Carmelo. O segundo presente foi recebido diretamente da Princesa Isabel, herdeira do trono do Império do Brasil: uma coroa e um manto triangular azul para encobrir a cicatriz permanente na junção do corpo com a cabeça. 

Já no período republicano, Nossa Senhora Aparecida foi coroada no dia 8 de setembro de 1904 como "Rainha do Brasil". A santinha recebeu a coroa doada pela Princesa Isabel que jamais chegaria a usar, impedida que foi pela Proclamação da República em 1889.

No dia 16 de julho de 1930, Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada, por ato manuscrito de Sua Santidade o Papa Pio XI, Padroeira Perpétua do Brasil. "Senhora Aparecida, o Brasil é vosso". A grande festa da proclamação ocorreu somente em 31 de maio de 1931, na qual tomou parte o Chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas.

No início da década de 1950, no segundo Governo de Vargas, teve início a grande obra da basílica nova, no Morro das Pitas, que foi inaugurada somente em 4 de julho de 1980, ainda inacabada, por Sua Santidade o Papa João Paulo II. 

O Santuário Nacional de Aparecida é o segundo maior templo católico do mundo, menor apenas que a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Como templo mariano, é a maior edificação religiosa do planeta.

No fatídico dia 16 de maio de 1978, num ato de loucura perpetrado por Rogério Marcos, mais de dois séculos e meio após ter sido retirada das águas do Paraíba do Sul, durante uma missa na Basílica Velha, numa noite tenebrosa na qual faltou energia elétrica somente na basílica, a frágil imagem de Nossa Senhora Aparecida foi arrancada do local onde estava, lançada ao chão e desfeita em dezenas de pequenos fragmentos. 

Após difícil decisão por parte da Alta Hierarquia da Igreja Católica, no Brasil e no Vaticano, Aparecida foi restaurada pelas mãos da escultora Maria Helena Chartuni, do Museu de Arte de São Paulo (MASP). De volta à cidade que recebeu seu nome, Nossa Senhora Aparecida ganhou, de vez, o coração dos brasileiros.

Nossa Senhora Aparecida é um dos símbolos da Unidade Nacional. Posto máximo da fé brasileira. Até mesmo aqueles que não se sentem próximos a ela, ao contemplá-la, vêem nela um "Retrato do Brasil".



Referência:

Alvarez, Rodrigo. Aparecida: A biografia da santa que perdeu a cabeça, ficou negra, foi roubada, cobiçada pelos políticos e conquistou o Brasil. 1 ed. São Paulo: Globo, 2014.





quinta-feira, 19 de abril de 2018

Análisis de la Implantación del SISFRON por el Ejército de Brasil: avances y retos

Tte. Cnel. Carlos Evando dos Santos, Ejército de Brasil
22 Out 2017

Análisis de la implantación del Proyecto Piloto del Sistema Integrado de Monitoreo de Fronteras (SISFRON), por el Ejército Brasileño, del 2010 al 2016, en la Frontera Oeste de Brasil, específicamente en el Área de Responsabilidad de la 4ª Brigada de Caballería Mecanizada (4ª Bda C Mec), subordinada al Comando Militar del Oeste (CMO).

El SISFRON es un Proyecto Estratégico del Ejército de Brasil que está basado en subsistemas de detección (sensores), apoyo a la toma de decisión (mando y control) y empleo operacional (actuación), con el propósito de fortalecer la presencia del Estado Brasileño en su faja de frontera terrestre.

El análisis está estructurado, según sus objetivos específicos, en tres (3) partes: 1. La Frontera Oeste de Brasil: principales problemas y amenazas; 2. La implantación del Proyecto Piloto del SISFRON en la Frontera Oeste de Brasil; y 3. Avances, entregas, desafíos, lecciones aprendidas y beneficios de la implantación del Proyecto Piloto del SISFRON en la Frontera Oeste de Brasil.

La faja de frontera brasileña, desde un enfoque general hasta llegar a la particularización de la zona fronteriza oeste, que engloba los Estados brasileños de Mato Grosso y Mato Grosso do Sul y los vecinos países de Bolivia y Paraguay, es una zona con muchas potencialidades, pero también con muchos problemas y amenazas.

La solución de los problemas es la integración, teniendo el Estado como su agente promotor, lo que refuerza la necesidad de una mayor estructuración de los órganos estatales para que, en el contexto de la actuación interagencial, puedan lograr el estado final deseado de controlar la faja de frontera y, consecuentemente, mantener la seguridad en el interior del país.

Además, los problemas de seguridad en la faja de frontera, directamente relacionados con los crímenes transnacionales, como son el narcotráfico, contrabando, tráfico de armas, robos de vehículos, tráfico de personas, evasión de divisas, lavabo de dinero, presencia de “células terroristas” y crímenes ambientales, exigen soluciones combinadas entre los vecinos suramericanos.

La extensión de la frontera brasileña, la tercera más larga del mundo, con 16.886 km, presenta una gran amplitud de oportunidades y problemas. Ambas situaciones deben ser motivo de la atención máxima del Estado, pues el desarrollo de las oportunidades contribuirá para la solución de los problemas.

El combate a las vulnerabilidades, como son el bajo grado de inversiones, carencia de personal, material y recursos financieros de las agencias, queda justificado cuando se toma en cuenta los valores gastos en consecuencia de la violencia en Brasil. Más importante que eso, las inversiones se justifican cuando se mira el objetivo mayor que es “restablecer la paz social en el país”.

Una seguridad eficiente y eficaz se materializará con las agencias, civiles y militares, bien equipadas, preparadas y motivadas, además de la comprensión por parte de la sociedad nacional y local de la verdadera dimensión del problema.

En ese sentido, crece de importancia la Implantación del SISFRON que fue concebido para fortalecer la presencia del Estado brasileño en la faja de frontera; fortalecer las Unidades del Ejército; actuar directamente contra los crímenes transfronterizos; aumentar la interoperabilidad entre las FF. AA.; incrementar las operaciones interagenciales; y fomentar la cooperación e integración regional.

El SISFRON no es un proyecto del Ejército de Brasil, sino de interés nacional. La responsabilidad auto invocada por la Fuerza Terrestre puede ser justificada por el hecho que es la institución de mayor presencia en todo el territorio brasileño, especialmente en la faja de frontera.

El Proyecto Piloto fue concebido para dar “el puntapié inicial” en el ese emprendimiento de gran envergadura, con el fin de testar equipos, evaluar, reajustar y refinar definiciones, además de intentar mostrar beneficios inmediatos de actuación a la sociedad nacional e internacional.

En cuanto a los primeros objetivos (testar, evaluar, reajustar y refinar), estos fueron logrados en la medida que el Proyecto Piloto del SISFRON ya es una realidad, mismo que parcial, en el Área de la 4ª. Bda C Mec, considerando que sus Unidades están en condiciones de emplear los subsistemas que están listos, incluso, ya teniendo sido realizadas evaluaciones generales del sistema.

Sin embargo, la sociedad y las otras agencias todavía no lograron ver los beneficios del SISFRON porque el Proyecto Piloto no ha sido finalizado en el plazo planificado, contando aún con desafíos a vencer: conclusión de subsistemas, de la Infovia (red de transmisión de datos), de obras de infraestructura y de definiciones sobre la operación del todo. Además de eso, la integración con los países vecinos también no ha sido incrementada.

En cuanto al alcance, la definición de los objetivos estratégicos del SISFRON fue tan acertada en 2010, que, pasados algunos años, el sistema está perfectamente alineado con el Programa de Protección lntegrada de Fronteras (PPIF), que enfatizó la importancia de la prevención, control, fiscalización y represión a los delitos transnacionales y ambientales en la faja de frontera.

Según la Oficina de Proyectos del Ejército (EPEx), las principales entregas del Proyecto Piloto del SISFRON hasta el 31 DIC 2016, fueron: construcción del 9º Batallón de Comunicaciones y Guerra Electrónica (9º. B Com GE), 6º Batallón de Inteligencia Militar (6º. BIM), Centro de Regional de Monitoreo de Fronteras (CRM) del Comando Militar del Oeste (CMO), Centro de Monitoreo de Fronteras (CMFron) en Brasília-DF, que es el Gestor del SISFRON, Centros de Operaciones (C Op), adquisición de equipos ópticos, antenas, radios, vehículos y embarcaciones militares, medios de apoyo y Centros Móviles de C2.

Las unidades operativas de la 4ª. Bda C Mec, brindadas con nuevas capacidades, ya pueden valerse de esas entregas para llevar a cabo varios tipos de operaciones, especialmente de seguridad en la Faja de Frontera Oeste.

Con respecto a los avances, teniendo en cuenta la encuesta que fue realizada, los principales fueron la implantación de los subsistemas de comunicaciones tácticas, operacionales y estratégicas que están directamente relacionados con el Subsistema de Apoyo a la Decisión (SAD).

Los principales beneficios ya perceptibles de todo que ha sido hecho en el Proyecto Piloto del SISFRON son, en el plano interno: aumento del nivel de operatividad y cambio de mentalidad de las Unidades de la 4ª. Bda C Mec, que han recibido nuevos equipos, materiales, instalaciones y nuevas capacidades. 

Externamente al Ejército Brasileño, se indican el desarrollo tecnológico a nivel nacional, a partir de la exigencia de contenido nacional mínimo en las soluciones presentadas, fortalecimiento de la Base Industrial de Defensa (BID), generación de empleos y una mayor capacidad de estar presente en la faja de frontera y hacer frente a la comisión de delitos de todo orden.

La integración con las otras FF. AA. continúa en evolución bajo la gestión del Estado Mayor Conjunto (EMCFA), a pesar de los sistemas congéneres (Sistema de Protección de la Amazonía – SIPAM, Sistema Integrado de Defensa Aérea y de Control del Tráfico Aéreo – SISDACTA y Sistema de Gestión de la Amazonía Azul – SisGAAz) aún no estar interconectados. 

En cuanto a la integración con las diversas agencias, eso no ha avanzado como se desea, a pesar del aumento de la búsqueda por parte de ellas de un acercamiento con el Ejército. En verdad, lo que falta es definir quién va a ser el órgano central que coordinará la deseada integración permanente.

Con relación a los desafíos, la Dirección del SISFRON tiene que buscar cómo superar las restricciones presupuestarias, contenciosos administrativos, problemas de ajustes en las infraestructuras, problemas patrimoniales para instalación de la Infovia y los retos de la capacitación del personal.

Como lecciones aprendidas, la Dirección Estratégica del Proyecto SISFRON, tras concluir la Implantación del Proyecto Piloto y dar seguimiento a su instalación en el resto del país, deberá tener en cuenta que hay necesidad de un Estudio de Viabilidad muy bien elaborado, tomando en cuenta una matriz de gestión de riesgos; las obras de infraestructura deben seguir un único lineamiento, con base en los programas de necesidades; y el sistema deberá considerar la doctrina terrestre en las definiciones de equipos y personal.

Además, hay que buscar mejoras en la cuestión de la capacitación del personal; previsión de los gastos de costeo del sistema; creación de una oficina de gestión en el Comando de la Brigada contemplada; divulgación del máximo de conocimiento del sistema al público interno; evitar la departamentalización en la gestión del proyecto; y evaluación del modelo de red de transmisiones de datos, definiendo si se mantendrá el modelo de la Infovia o no.
Resta caracterizada que la disminución de los recursos para implementar el SISFRON encarece el proyecto a medio y a largo plazo, por obligar a la renovación de contratos y, consecuentemente, a nuevos costes, lo que puede inviabilizar su conclusión. El retraso pone en riesgo la efectividad de los equipos, pues ellos ciertamente podrán quedar obsoletos.

Como aportes con el fin de ayudar en las futuras decisiones respecto al proseguimiento de la Implantación del SISFRON en la frontera terrestre brasileña, a partir de los principales aspectos del análisis de lo que se expuso, se recomienda:

Al Gobierno de Brasil: Aprovechar la publicación del PPIF para fomentar el incremento de la integración interagencial; aprovechar las aproximaciones promovidas por el MERCOSUR, UNASUR y CDS para fomentar la integración regional; restructurar los órganos estatales de seguridad en la faja de frontera, en particular en cuanto a equipos y personal; buscar soluciones comunes con los países vecinos; explotar las oportunidades y llevar desarrollo a las ajenas ciudades fronterizas que presentan problemas y potencialidades; equipar, preparar y motivar las agencias gubernamentales; y promover la divulgación del SISFRON en Suramérica para que otros países búsquenlo como una solución compartida en el combate a las amenazas que desafían a los Estados.

Al Ministerio de Defensa: Realizar gestiones más efectivas junto al Gobierno Federal para fines de sensibilización de la importancia del SISFRON, destacando que su inversión logrará, en verdad, menos costes con la violencia en Brasil, además de ayudar a lograr el restablecimiento de la paz social, especialmente en los dos mayores centros urbanos del país (São Paulo y Río de Janeiro).

Al EMCFA: Acelerar el proceso de integración entre los sistemas de las Fuerzas Armadas; realizar gestiones junto al Gobierno Federal, a través del Ministerio de Defensa, para definir el órgano central de fomento y gestión de la integración de los diversos órganos y agencias en la faja de frontera, tomando como sugerencia la Oficina de Gestión Integrada de Fronteras (GGIF).

A la Dirección Estratégica del Proyecto SISFRON: 1) Realizar o rever el Estudio de Viabilidad de proseguimiento de la Infovia; 2) Tornar efectiva la actuación del Centro de Monitoreo de Fronteras (CMFron) y del CRM-CMO lo más pronto posible; 3) Reconformar el contrato con el Consorcio TERPRO de modo a dar más libertad de acción a las Unidades del Ejército en el manejo de los equipos y subsistemas del SISFRON, disminuyendo la dependencia existente; 4) Recoger las lecciones aprendidas destacadas en este trabajo para dar soporte al Estudio de Viabilidad y Proyecto de Ejecución del SISFRON en los Comandos Militares de la Amazonía, del Norte y del Sur, que presentan condiciones aún más dificultosas; 5) Elaborar/rever una Matriz de Gestión de Riesgos y una Matriz de Sincronización, de modo que las acciones de los varios subsistemas avancen simultáneamente, hasta para resultar más fácil emplear el sistema lo más pronto posible, aunque parcialmente concluido; 6) Dar dirección y lineamiento único a las obras de infraestructura, poniendo el DEC como único órgano de gestión, de modo que las obras no sufran interferencias que contribuyan para el atraso en sus conclusiones; 7) Alinear el SISFRON a la Doctrina Militar Terrestre (DMT), de modo que no haya conflictos con respecto a las demandas del Ejército y las originadas del sistema de monitoreo; 8) Planear la capacitación del personal desde el inicio; 9) Hacer una planificación, por lo menos estimada, de todos los costes de mantenimiento de los diversos subsistemas y estructuras; y 10) Buscar soluciones para los problemas relacionados con la departamentalización del Ejército, de modo que la Implantación del SISFRON no sufra con solución de continuidad en razón de eso.


Referência:

Santos, Carlos Evando dos. Análisis de la Implantación del Sistema Integrado de Monitoreo de Fronteras (SISFRON) por el Ejército de Brasil: avances y retos. Monografía. Santo Domingo: INSUDE, 2017.


Diplomacia militar brasileña

Carlos Evando dos Santos
01 Nov 2017

En un ambiente internacional cada vez más difuso y complejo y de una creciente interdependencia entre las naciones en los diversos ámbitos de la actividad humana, la diplomacia adquiere cada vez mayor importancia en la solución de las grandes cuestiones globales.
En el caso de Brasil, la diplomacia se orienta por los principios establecidos en el Art. 4º de la Constitución Federal de 1988: independencia nacional; prevalencia de los derechos humanos; autodeterminación de los pueblos; no intervención; igualdad entre los Estados; defensa de la paz; solución pacífica de los conflictos; repudio al terrorismo y al racismo; cooperación entre los pueblos para el progreso de la humanidad; y la concesión de asilo político.
En ese sentido, en el campo diplomático, Brasil, por su tradición, valora y promueve la convivencia armónica entre los países y defiende un mundo cuya gobernanza se base en las instituciones y normas internacionales, y, sobre todo, en la cooperación, integración y en el multilateralismo.
A su vez, las acciones del Sector de Defensa, constituido por el Ministerio de Defensa y las Fuerzas Armadas (Marina, Ejército y Fuerza Aérea), han contribuido destacadamente a los propósitos de la diplomacia al interactuar con las contrapartes de otros países, aumentando la confianza mutua y los lazos de amistad, además del potencial incremento de relaciones comerciales.
En el caso particular del Ejército Brasileño, la Directiva de su Comandante para las Actividades en el Área Internacional ha definido que la “diplomacia militar” debe promover la cooperación y el intercambio, construyendo relaciones de confianza mutua, con el fin de colaborar con la capacitación del personal, la seguridad, el desarrollo, la estabilidad regional y la paz mundial.
Para ello, las principales actividades desarrolladas por el Ejército Brasileño en la conducción de la “diplomacia militar” han sido: misiones permanentes junto a las representaciones diplomáticas, organismos internacionales y escuelas; missionespermanentes de militares extranjeros en Brasil; conferencias y reuniones, bilaterales o multilaterales; cursos, seminarios y visitas; intercambios militares; ejercicios combinados con tropas extranjeras; participación en misiones de paz y humanitarias; gestiones para la compra y venta de productos de defensa; y celebración de entendimientos y convenios.
Considerando el marco legal, el Ejército Brasileño, en su estudio para la decisión en cuanto a la consecución de las actividades en el área internacional, ha observado el siguiente enfoque de esfuerzo: América del Sur, Central, Caribe e (cooperación e integración); EE UU, Canadá y Europa (capacitación e integración); África (cooperación); y Medio Oriente, Sudeste Asiático, Extremo Oriente y Oceanía (nuevas oportunidades).
Con respecto a la aplicación juiciosa de los medios, las actividades han sido desarrolladas conforme las prioridades establecidas, que indican las tendencias generales de actuación: 
1) Cooperación (África; América del Sur; América Central, Caribe y México; Medio Oriente y Sudeste Asiático; Extremo Oriente y Oceanía; EE UU, Canadá y Europa); 
2) Integración (América del Sur; EE UU, Canadá y Europa; América Central, Caribe y México; África; Medio Oriente y Sudeste Asiático; Extremo Oriente y Oceanía); 
3) Doctrina (EE UU, Canadá y Europa; América del Sur; Extremo Oriente y Oceanía; Medio Oriente y Sudeste Asiático; América Central, Caribe y México; África); 
4) Ciencia y tecnologia (EE UU, Canadá y Europa; Extremo Oriente y Oceanía; América del Sur; Medio Oriente y Sudeste Asiático; África; América Central, Caribe y México); y
5) Capacitación (EE UU, Canadá y Europa; Extremo Oriente y Oceanía; América del Sur; Medio Oriente y Sudeste Asiático; África; América Central, Caribe y México).
América del Sur, por ser el ambiente regional en que Brasil está inserido, es prioritario para las relaciones bilaterales. Se ha intensificado la cooperación con los países de África visando la consolidación de la Zona de Paz y de Cooperación del Atlántico Sur (ZOPACAS). Para favorecer el intercambio de conocimiento, se mantiene los vínculos de cooperación con los países de América del Norte y Europa ("arco del conocimiento"). Y se buscan nuevas alianzas estratégicas en Asia y Oceanía para ampliar las oportunidades.
En cuanto al intercambio en el área de personal, Brasil ha enviado y recibido una gran cantidad de militares, sea como estudiantes, instructores u oficiales de enlace, que mantienen y fortalecen los lazos de amistad, cooperación y fomento al desarrollo de doctrina, equipos militares y estrategias comunes de defensa para hacer frente a amenazas también comunes.
Con relación a las Misiones de Paz, que es un importante marco en la proyección internacional del país, así como de fomento a la paz, sea en ámbito regional o global, Brasil ha participado desde 1956, cuándo envió un Batallón de Infantería a la Península del Sinaí.
A modo de conclusión, como se pudo observar, el Ejército de Brasil, en consonancia con el marco legal vigente y con la tradición del pueblo brasileño, a través de la “diplomacia militar”, ha contribuido con el histórico proceso de conducción de los asuntos exteriores del país, aumentando su proyección en un escenario mundial multilateral, incrementando la cooperación e integración y fomentando la paz regional y mundial.

Referencias:
Brasil (1988). Constitución de la República Federativa de Brasil. (Recuperado en fecha 2017-01-31). Disponible en: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Brasil (2005). Política Nacional de Defensa. (Recuperado en fecha 2017-01-31). Disponible en: http://www.defesa.gov.br/estado-e-defesa/politica-nacional-de- defesa
Brasil (2008). Estratégia Nacional de Defensa. (Recuperado en fecha 2017-01- 31). Disponible en: http://www.defesa.gov.br/estado-e-defesa/estrategia- nacional-de-defesa
Brasil (2012). Libro Blanco de Defensa Nacional. (Recuperado en fecha 2017-01- 31). Disponible en: http://www.defesa.gov.br/estado-e-defesa/livro-branco-de- defesa-nacional
Brasil (2016). Ejército. Directiva para las Actividades del Ejército Brasileño en el Área Internacional (DAEBAI). Brasília: EGCCF. (Recuperado en fecha 2017-01-31). Disponible en: www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/copiar.php?codarquivo=1422&act=bre

sexta-feira, 23 de março de 2018

Simón Bolívar, El Libertador


Um dos maiores vultos da história latino-americana, de temperamento idealista e exaltado, comandou o vendaval de liberdade que promoveu a independência da Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. 

Carlos Evando dos Santos
23 Mar 2018

Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Ponte-Andrade y Blanco era filho do coronel Juan Vicente Bolívar, descendente da rica aristocracia espanhola, que chegou à Venezuela em 1588. Aos nove anos, já órfão de ambos os pais, restou adotado por um tio, Carlos Palácios, que entregou sua educação a um tutor, Simón Rodríguez. 

Bolívar foi um leitor de voracidade imperturbável, tanto nas tréguas das batalhas como nos repousos do amor, apesar da falta de ordem e de método. A vida de guerra o obrigou a deixar um rastro de mais de quatrocentas léguas de livros e papéis, da Bolívia à Venezuela. Apesar do desfiladeiro de livros, jamais leu tantos quantos possuía. 

Desde os vinte anos, não houve na vida de Simón Bolívar um momento que não fosse decisivo. Estrategista de grande precisão, movias exércitos inteiros como peças de xadrez, antecipando-se aos propósitos mais secretos de seus inimigos. Detentor de inspiração admirável, era capaz de conceber uma situação completa até os últimos detalhes. Com uma memória visual surpreendente, previa obstáculos muitos anos antes. 

No entanto, apesar das notórias qualidades, o grande líder militar não foi capaz de vencer as intrigas políticas e ambições regionalistas que acabaram por minar o seu empenho na consolidação de seu sonho unificador de uma grande pátria, desde o México até a Terra do Fogo. A imprensa da época, instigada por seu principal inimigo, o general colombiano Francisco de Paula Santander, não desperdiçava nenhuma oportunidade para atribuir muitos dos seus fracassos às suas urgências com as mulheres.

1783. Simón Bolívar nasce em Caracas, Venezuela, em 24 de julho de 1783, no seio de uma família da aristocracia colonial.
1786. Aos três anos perde o pai, o coronel Juan Vicente Bolívar.
1792. Aos nove anos, perde a mãe, María de la Concepción Palácios y Blanco, passando a ser tutoreado por um tio, Carlos Palácios e educado sob os cuidados de Simón Carreño Rodríguez, pedagogo revolucionário, que lhe infunde o amor à liberdade e lhe dá a conhecer obras filosóficas greco-romanas e iluministas.
1799. Bolívar viaja para a Espanha, fazendo escalas no México e em Cuba. Em Veracruz escreve sua primeira carta.
1800. Em Madri, entra em contato com o sábio Marquês de Ustáriz, seu verdadeiro forjador intelectual.
1802. Casa-se com María Tereza Rodríguez del Toro y Alayza, em Madri.
1803. María Tereza morre de febre amarela. Bolívar jura não mais se casar.
1804. Viaja para a Europa, onde tem a oportunidade de assistir à coroação de Napoleão Bonaparte, por quem perde o respeito, pois segundo ele, o grande general havia traído os ideais revolucionários e republicanos. Aproxima-se das doutrinas de Rousseau, Montesquieu e Voltaire e conhece o polivalente cientista alemão Alexander von Humboldt. Após breve visita aos EUA, regressa à Venezuela em 1806 e se converte no principal dirigente da luta pela independência das colônias hispano-americanas.
1807. Iniciado o Movimento pela Emancipação da América Espanhola, Bolívar entra para as Juntas de Resistência Venezuelanas, com 24 anos de idade.
1810. Bolívar é enviado para a Inglaterra em missão diplomática, onde conhece Francisco de Miranda.
1811. Em 5 de julho, um Congresso recém-formado proclama a Independência da Venezuela. A 23, Bolívar participa dos combates sob as ordens de Francisco de Miranda, em Valencia. É a sua primeira experiência de guerra.
1812. Traído por um oficial, as forças espanholas prendem Francisco de Miranda, que se refugia em Caracas, onde consegue um salvo-conduto para Curaçao. Bolívar escreve o famoso "Manifesto de Cartagena", no qual prega a união dos revolucionários, condena as debilidades do federalismo e pede o fim do poder espanhol na Venezuela.
1813. Após assumir o Movimento pela Independência da Venezuela, é proclamado El Libertador.
1815. O governo republicano de Cartagena encarrega Bolívar de comandar uma expedição militar à Venezuela. O clero e setores das classes mais baixas da população índia e mestiça derrubam o governo republicano e obrigam Bolívar a se refugiar na Jamaica, onde redige a famosa “Carta da Jamaica”, reafirmando sua confiança na emancipação dos povos americanos, apesar de seu revés crítico. “Não foram os espanhóis, mas nossa própria desunião o que nos levou de novo à escravidão”.
1816. Após nova tentativa de emancipação, com o apoio material do presidente do Haiti, Alexandre Pétion, é derrotado novamente, refugiando-se na ilha caribenha. Nova campanha libertadora é iniciada pela região do Orenoco, desta vez com o apoio dos llaneros, guerrilheiros sob o comando de José Antonio Páez, e milhares de legionários europeus são enviados em seu auxílio.
1817. Após a Batalha de San Félix, Angostura é libertada e obtido o domínio sobre a bacia do rio Orinoco. Bolívar adota um discurso conciliatório.
1818. Bolívar derrota o general espanhol Pablo Montillo em Calabozo e funda, em Angostura, o jornal Correo del Orinoco.
1819. Reunido em Angostura com os deputados das províncias venezuelanas, Bolívar expôs seu plano político, depois de converter a cidade em sede do governo e capital da república. Apresenta um projeto de constituição onde propõe a criação de “um grande estado”, mediante a união da Venezuela, Nova Granada (atual Colômbia) e Quito (hoje Equador), sob o nome de Gran Colombia. O Congresso de Angostura aprova a criação da República da Colômbia (Venezuela, Cundinamarca e Quito), da qual “O Libertador” é eleito presidente. Bolívar obtém sucessivas vitórias, atravessa os Andes, triunfa decisivamente em Boyacá e consolida Bogotá.
1820. Bolívar firma o armistício de seis meses, em Sant’Anna, com o general espanhol Pablo Morillo.
1821. As hostilidades recomeçam, mas os espanhóis são derrotados definitivamente na Batalha de Carabobo, o que põe fim ao domínio espanhol na Venezuela. O Congresso promulga a constituição definitiva da Colômbia e ratifica a Presidência de Bolívar.
1822. Depois das Batalhas de Bomboná e Pichincha, Quito capitula e o território equatoriano é integrado ao da República da Colômbia. Bolívar e o general José de San Martín reunem-se em Guayaquil, para decidir o destino do Peru, onde ainda havia tropas espanholas. O seu ponto de vista prevalece e o chefe argentino renuncia a qualquer pretensão sobre o Peru.
1823. Bolívar envia seis mil homens para a guerra civil no Peru. Após autorização do congresso peruano, Bolívar submete Riva Aguero, acusado de promover uma sublevação em favor dos espanhóis.
1824. Bolívar decreta pena capital para aqueles que praticarem atos de corrupção contra o tesouro público. O general é nomeado ditador pelo Congresso do Peru para salvar a república em ruínas. As vitórias em Junín e Ayacucho, esta última comandada por Antonio José Sucre, terminam definitivamente com o poderio espanhol no continente sul-americano. Bolívar convoca o Congresso do Panamá, a primeira conferência hemisférica, último sonho de Bolívar, para promover a união das repúblicas hispano-americanas.
1825. A Inglaterra reconhece a independência das novas nações americanas. O Congresso do Peru decreta honras a Bolívar e aprova a criação da República da Bolívia.
1826. “O Libertador” atinge o ponto culminante de seu poder: Presidente da Colômbia, Chefe Supremo do Peru e Presidente da Bolívia. Entretanto, as aspirações regionalistas não tardam em promover a desagregação da grande nação idealizada e, progressivamente, a situação torna-se insustentável. Bolívar confirma Páez como primeiro mandatário da Venezuela.
1827. O Congresso da Colômbia rejeita a renúncia de Bolívar e exige que ele assuma a presidência. Em 10 de setembro, Bolívar presta juramento como presidente da república, enfrentando forte oposição política.
1828. Bolívar sofre um atentado, em Bogotá, conhecido como "Conspiração Setembrina", da qual sai ileso graças à ajuda de Manuela Sáenz. O general é obrigado a renunciar à presidência vitalícia do Peru.
1829. Com a Guerra Civil de 1829, a Venezuela e a Colômbia se separam; o Peru abole a Constituição Bolivariana; e a Província de Quito torna-se independente, adotando o nome de Equador.
1830. Sucre é assassinado em Berruecos. Urdaneta assume a presidência da Colômbia. Ressentido, acuado e tuberculoso, El Libertador morre em Santa Marta, Colômbia, em 17 de dezembro de 1830, aos 47 anos, cercado por poucos amigos.

O general de pernas encurvadas que cavalgou dezoito mil léguas, mais de duas vezes a volta ao mundo, morreu amargurado, acreditando que a gente das quatro nações que libertou não gostava dele. Procurava ver-se no espelho o menos possível para não topar com os próprios olhos. Buscava uma forma de purificação do corpo e da alma dos vinte anos de guerras que, no fim, julgou inúteis. 

Simón Bolívar morreu desenganado com o poder, sem o consolo da gratidão pública, em meio a crises de demência. El Libertador não teve filhos.


Referência:

García Márquez, Gabriel. O general em seu labirinto. Tradução de Moacir Werneck de Castro. 8 Ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.



O Sermão da Montanha

Jesus Cristo, segundo o Evangelho de Mateus Mateus 5 1 Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproxi...